O fim de um namoro sempre deixa rastros com uma música, (The Scientist – Coldplay), um poema (o que eu mesma escrevi), ou até um filme (Closer). Nesse caso a maioria é unâninme em dizer “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, e ontem um amigo me disse que uma mina que “paga um tronco” pra ele pediu pra ele assistir o filme que passou ontem na Record. Só que por ser um filme meio “Efeito Borboleta” pedi para alugar já que ele perdeu o começo. Confesso que também é um pouco meu. Ajudaria se existisse um Dr. Mierzwiak?! Não sei.
Encontrei este texto inspirado, chupado, colado, sentido e vivido do filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” escrito por Charles Kaufman. A melhor prova de que o cinema pode ser artístico, lírico, bonito e também catártico, terapêutico e completamente arrebatador.

Um dia você vai a uma festa e conhece alguém. Em poucos minutos você se descobre encantado por esse alguém. Em pouco tempo você está casado com esse alguém, morando junto, dividindo sua vida e se sentindo a pessoa mais feliz do mundo. Seus beijos são os mais doces, seus olhares se encontram no mais profundo de suas pupilas e você se descobre lá dentro do olhar do outro. O toque de seus corpos provoca frissons incontáveis e a noção exata de que você, finalmente, está SATISFEITO. Pronto. Acabou.
Mas a vida continua. Os dias se passam e você começa a perceber que nem tudo são flores. O tédio, a mesmice, a repetição, pequenas traições, uma pasta de dente apertada no lugar errado, um chopp com alguém totalmente acima de suspeitas, mas que te deixa corroído de ciúmes. Um outro alguém que cruza seu caminho e te faz desejar que sua vida fosse diferente. Você é livre, você pode recomeçar, sentir o frisson novamente, o frescor da novidade, das descobertas. Seus olhos brilham e você deseja secretamente criar uma lacuna na sua mente.

“Eu não conheço você. Eu não sei quem você é. Eu não tenho compromisso nenhum contigo e não devo explicações ou satisfações. Você não é minha responsabilidade. Eu apaguei você da minha mente.”

Um dia você percebe, como que por um passe de mágica, que aquilo que você mais quer, mais precisa e mais te faz feliz, é justamente aquilo do qual você tenta se livrar. E você precisa então se esforçar para que a lacuna seja novamente preenchida. Você se concentra em todos os momentos preciosos e da mais pura felicidade que viveu e descobre que

“é você que eu quero. É você que eu amo e que me faz feliz. Mesmo que eu me entedie, mesmo que você me irrite em alguns tantos momentos, eu sei e sinto que nunca serei tão feliz ou tão completo ao lado de outra pessoa. É ao seu lado que eu quero acordar para o resto dos meus dias. É a sua boca que eu quero beijar e o seu calor que eu quero sentir. Quero cuidar de você e receber sua atenção e seu amor. Eu sei que vamos brigar. Sei que vamos nos irritar e virar o rosto para outro lado, pensando que de outra forma poderia ser melhor. Mas sei também que mais ninguém me fará tão feliz, pois é você que eu amo.”

Se costumam dizer que é preferível amar e sofrer do que nunca ter amado, Kaufman diz um pouco mais: podemos apagar as memórias da mente, mas nunca os sentimentos da alma.